quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Um brinde à vida perfeita! Saúde!

Eu adoro suco de laranja. O resultado sempre compensa todo o trabalho que dá: expremer quatro laranjas grandes é um saco. Mas fica tão, tão bom no fim!

Sou ligada nesses lances de saúde, porém não praticante. Saúde é uma coisa muito ligada a exercícios físicos, que é a última coisa que eu faço. Detesto andar. Ando uma hora no shopping e fico com dor na perna por dois dias, absurdo. Mas ao mesmo tempo, não tomo refrigerantes, sempre tomo muito suco natural, não como muita carne vermelha (faz muito tempo, aliás, que não ponho uma na boca) e tal.

Ok, isso não me faz uma pessoa saudável, e sim alguém que quer ser entrevistada pelo Globo repórter... um dia. Quando alcançar a sagrada saúde. Porque eu quase não como salada, legumes. Meu prato se resume a arroz, feijão e galinha, todos os dias.

Gente, que confusão. Eu só quero ser saudável um dia. Lá pros 30, que é quando as coisas começam a dar problema. Pequenos problemas.  Daí lá pros 40 vou estar bem saudável e feliz, espero. Amando andar, fazer exercícios, felizona com a minha salada diária.

Tudo me parece tão distante... por enquanto fico só no suco de laranja.

terça-feira, 31 de julho de 2012

tic tac tic tac

São quase 10 da noite e ainda não tomei banho. Daqui a uma hora ou mais vai começar a passar Gabriela. Tenho um pote com leite condensado me esperando lá embaixo. Os dias andam ensolarados, o céu o azul e bonito. Um calor bom de se sentir. Calor que não faz suar, mas faz ligar o arcondicionado pra dormir.

Estou há mais de um mês em casa por causa da greve das instituições federais. Nas primeiras duas semanas foi legal. Tipo férias e tal. Tava cansada de me cansar, só pensava em estudos de segunda a segunda. Mas agora já não aguento mais.

Comecei a ler um livro que me pareceu bem chick-lit e levinho, mas não consegui passar da página 98. É o terceiro livro que largo esse ano. Faz tempos que não leio um romance bom, sabe? Li Os 13 Porquês há tempos, foi o último romance legal que li, e é de fato foda. Não sei qual outro vou pegar quando for à biblioteca essa semana. Acho que um da Thalita Rebouças, mas são tão fininhos que leio em um dia.

Não aguento mais minha mãe vindo no meu quarto a cada cinco minutos. E ainda fica dando bronca no meu irmão. Quer dar bronca nele, o chame, né. Que não sou obrigada a ouvir a culpa dos outros.

Tenho cinquenta reais pra gastar, vou usar pra cortar o cabelo que já devia ter sido cortado há meses. Minha avó me deu um dinheiro no meu aniversário que meus pais trataram de usar nas despesas. Tô achando bacana, tô achando legal.

Não fui na casa da minha avó no dia combinado: íamos cozinhar, ela ia me ensinar a fazer bolo. Ficou super chateada. Recebi o livro que minha amiga me mandou da Inglaterra na casa dela, amanhã vou lá buscar. Tô com medo do carão e arrependida por não ter ido. Muito, muito arrependida.

Pra passar o tempo, vejo Dexter. Comecei há uma semana e pouco e já tô na quarta temporada. Só que é lógico que meus pais resolveram ver junto comigo. Daí quando vejo sem eles, rola aquele caô. Foda. Apesar de tudo, é uma série ótima, puro amor mesmo. Adorei.

E assim tem sido meus dias. Iguazinhos uns aos outros.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

E agora, José?


A sensação que se tem quando a gente não sabe o que fazer com a vida é uma das piores. Acho que só perde para a sensação de querer comer algo específico e não encontrar aquilo na geladeira. E essas duas sensações se complementam, ainda por cima. Por que como que você vai descobrir o rumo da tua vida estando com fome?

Costumo sonhar demais. O que mais faço da vida é pensar “ah, como eu queria ser que nem Fulano...”. Tento botar a culpa em alguém, mas ela acaba caindo sempre em cima de mim mesma. Quem mandou eu ter tantos ídolos em coisas que eu gosto de fazer – e gostaria de fazer melhor, muito melhor?
E fica aquela coisa, deita pra dormir, pensa no futuro, faculdade que não dá dinheiro, mestrado, doutorado, como vou me sustentar enquanto isso, quero sair da casa dos meus pais, quero fazer algo nesse meio tempo, e depois o que eu faço, quero ser feliz depois, quero quero quero quero, e se eu não conseguir, e aí, como é que fica?



Preferia que não ficasse?
Por mim não ficaria.

Se eu ainda gostasse de fazer mais coisas, mas eu nem ao menos sei lavar a louça sem ter um plano mental de recompensas. Só lavo porque depois posso voltar a usar o computador, assistir série, comer algo que eu quero muito, pintar as unhas. Toda vez que tento fazer algo sozinha eu encontro uma placa de “velocidade máxima: 0,5km/h”. Devagar quase parando, mais parando que devagar. Preciso ter estímulo sempre, ah, to com nota baixa, estudar pra quê, ah, é verdade, se eu não estudar perigo repetir de novo, quero escrever sempre, não sei escrever sempre por mim só, já tentei ter blogs sozinha e nunca funcionou a longo prazo, tenho que escrever pra cumprir uma agenda e não decepcionar os outros. E é assim que vai indo, sempre fazendo as coisas pra não deixar os outros no extremo ou me deixar no extremo.

Daí eu vejo gente que quer as mesmas coisas que eu, com bem mais idade que eu e que não chegou nem ao terço do que eu quero pra mim. Fico sem saber, sou eu que sonho demais ou eles que são incompetentes ou a vida que é irritante com todo mundo mesmo? Sabe, é gente que tentou tentou tentou e ainda não conseguiu, dá pra ver que essas pessoas querem muito. Sempre dão um jeito por aí de meter na minha cabeça que a chave do sucesso é o esforço, mas não. Eu não sou mais esforçada que nenhuma dessas pessoas. Pretendo ser, queria ser. Não sei se vou conseguir. Só queria não acabar que nem elas.



Se minha cabeça fosse um HD eu a configuraria para prestar atenção só nos planos a curto prazo, tipo passar de ano, varrer meu quarto, tirar dez no trabalho de história, comprar número x de coisas com o dinheiro que eu tenho, fazer meu blog vingar, coisas assim, no máximo pra daqui a um, dois anos. Problema é que sempre que a internet cai peço ajuda ao meu pai, e na vida não quero ter que gritar pra ele vir me ajudar sempre. Ô pai, não passei no concurso, não consegui sair de casa, não escrevi a melhor dissertação de mestrado dos últimos tempos, vem cá me ajudar, fazendo favor?

E ainda sou metida a aconselhar os amigos. Nisso  não tenho dúvidas da minha capacidade, a não ser que seja uma coisa assim, bem grande mesmo. Acho que sou boa conselheira. É só me dizer a situação que já traço um plano de vida pra pessoa. É que de tanto treinar comigo, sei o que pode dar errado ou não.

O problema é sempre eu, o inferno nunca são os outros.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Tentaram ajudar e deu Error 404

A Comissão Europeia decidiu incentivar as mulheres a seguirem carreira científica e fizeram um vídeo bastante infeliz. 

Todo mundo sabe que mulheres, no geral, não são incentivadas a estudar ciências e matemática. Preferem que nos dediquemos a outras coisas, como história, língua portuguesa, geografia, enfim, áreas de humanas. 

Não sou socióloga, mas pelo que já li por aí, esse negócio de separar carreira de homem de carreira de mulher vem de um pensamento machista - oh, não me diga! - que dita que é o homem quem deve prover tudo dentro de casa. E quais são as profissões mais bem remuneradas? As de exatas. Já as menos bem remuneradas são as de humanas. Lembram do tal curso "normal", formador de professoras? Algumas famílias só deixavam a filha estudar até aí: depois ela devia se dedicar ao marido, a casa e aos filhos. Ficou entendido, portanto, que seria assim: homens devem trabalhar, ganhar bem, sustentar. Exatas pagam bem. Matemática, Física e todas as Engenharias passam, então, a ser carreiras masculinas. Carreiras em Humanas, femininas, tidas apenas como hobbie.

O negócio é que a data de validade desse pensamento já venceu há muito. Mulheres veem seus irmãos e pais cursando e trabalhando em áreas que as interessam e acham que podem segui-las também. O problema é que a parcela de mulheres com esse pensamento ainda é pouca, devido a tal falta de incentivo por parte da sociedade. A comissão europeia, muito esperta (só que ao contrário), resolveu incentivar mulheres a seguirem caminhos tidos como tipicamente masculinos. Saquem só o horror:


Primeiro de tudo: cheguei a me assustar com o início. Salto alto? Hã? Eu esperava de tudo, mesmo. Já perdi a fé na publicidade há tempos, mas fundo rosa + salto alto, galera? Quatro anos de faculdade pra isso?

Daí tá lá o cientista todo concentrado no trabalho, PÁ. Três garotas magras, altas, desfilando em sua direção. "É bom demais pra ser verdade. Igualdade a todos, gente! UHUL", ele pensa. E olha a cara de safado-em-choque que ele faz.  Passado a São Paulo Science Week, a câmera começa a focar em coisas bastante bizarras. Unhas vermelhas. Explosões coloridas saltando dos instrumentos. Tem até uma hora em que eu juro que ver uma gotra de esmalte rosa cair na mesa! 

Como se a exposição de artes já não tivesse sido o bastante, agora as gurias ficam se contorcendo diante da câmera. Tipo numa sessão de fotos pra Vogue. 

"ai, ai ai ai ui ui, cientista, tu me seduz"


O vídeo continua, com takes de garotas se abraçando, sorrindo diante da câmera, fazendo pose, rindo, intercaladas com... bem... coisas científicas. Imagino eu que explosões em verde, azul e rosa sejam de alguma utilidade dentro do laboratório. Tem que prestar pra algo, certo?

Passado todo o esquema pose-ciência colorida-pose, as três garotas se juntam. Corta. Imagem de um óculos de proteção com "science" gravado em uma das lentes. Corta. As três garotas colocam o mesmo óculos e fazem também a mesma pose - o vídeo bateu recorde: maior número de mãos na cintura em menos de um minuto - e aparece na tela: Ciência: é uma coisa de garota! A letra I, em Science, é substituída pela imagem de um batom.

"microorganismos são mesmo hilariantes, me segura, amiga"


Termina o vídeo e eu teho vontade de perguntar qual o tipo de ácido que a comissão europeia ingeriu pra aprovar um troço desses. Pra nunca chegar perto. 

O povo que tem essas ideias acha que botando coisas tipicamente femininas - batom, maquiagem, salto alto, vestido, mulheres rindo abraçadas - num comercial para atrair mulheres para o campo científicio vai, de fato, atraí-las. Gente, tá tudo errado. 

Primeiro que a mensagem que o vídeo passa é: "Mulheres que são altas, magras, simpáticas, risonhas, usam vestido e salto alto, venham para a ciência!". Ele limita mulheres a isso, só isso. Seria muito mais correto, além de eficaz, mostrar que há mulheres de todos os tipos querendo entrar pra esse meio. Que se vestem de jeitos diferentes, usam maquiagem ou não, são altas e magras ou não, mulheres de todas as idades; mulheres que, acima de tudo, querem ser reconhecidas por si só, e não para agradar o olhar masculino e tradicional. O início do vídeo, com as garotas na frente do cara, grita: "busca por aprovação". Como se o espaço delas entre os bicos de bunsen dependesse dele (e de toda a comunidade masculina na ciência).

Outro coisa: por que o nome do vídeo é "Ciência: uma coisa de garota"? O uso de um "também" no final daria maior ideia de inclusão. O intuito não é fazer com que ciência seja estudada por mulheres, também? Dividiram as coisas entre de menino e de menina, novamente. 

O discurso da propaganda deveria ser feito através dos pensamentos femininos diante da ciência. Mostrando que sim, a gente pode fazer tudo que os homens fazem, ué! A capacidade é sempre a mesma. Não, a gente não depende da aprovação masculina pra seguir carreira em exatas. A gente não precisa fazer dança do acasalamento com objetos científicos pra mostrar que somos dignas de uma vaga no mestrado em Física, Engenharia, Informática. A gente precisa batalhar, vencer todo o preconceito e ter força de vontade pra chegar onde queremos. É pedir demais que grandes organizações incentivem isso de maneira certa? É só uma ajuda. Afinal, lutamos contra o sexismo sem ajuda da propaganda há muuuito tempo.

Marie Curie despreza essa propaganda. Aliás, espero que a notícia não tenha chegado a sua consciência post mortem. Se sim, aguardem desastres químicos. 

sábado, 23 de junho de 2012

Coada, por favor.

Começos são sempre chatos. Nunca sei o que escrever. Tenho um texto pra editar que é pra amanhã, mas a preguiça é muita. Pensei: "editar um dia depois que terminei de escrever é sacanagem, tá tudo muito fresco ainda", isso foi dia 16, se não me engano. Pois bem.

Há um tempão quero começar um blog. Na verdade eu já tive vários e, pra não acabar com o assunto, conto sobre isso em outros posts! (linguagem publicitária mode: on)

O nome do blog, Limonada Pública, me veio há um tempo quando lembrei de uma historinha antiga da Turma da Mônica¹. Uma das minhas preferidas. O Cascão abre um negócio de limonadas, todo mundo diz que é a limonada mais gostosa do Bairro do Limoeiro (o que faz com que Cascão seja tipo o dono do bairro, ha-ha-ha). Daí Maurício de Sousa corta a cena e mostra Cascão fazendo A Tal Limonada. Ele não lava as mãos antes, e isso dá um sabor maravilhoso ao suco. Delícia!

Então decidi dar esse nome. A todos que curtem limonada, um dos melhores sucos do mundo. Contanto que não tenha detritos, lógico.

que delícia de início que dei ao blog, comparando o nome com um suco cheio de impurezas

Nesse blog - que pretendo fazer vingar, Zeus me ajudando e me iluminando sempre - falarei de todas as coisinhas da vida. Pelo menos as que passam pela minha cabeça. Feminismo, música, livros, política, sucos de caju aguados, cerejas azedas e flores-de-maio que só abrem em julho².

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¹ Adoro Turma da Mônica. VIVAM COM ISSO. Não leio até hoje, mas se cair na minha mão, não dispenso. C'est la vie. Maurício, além de me ensinar que ler é muito bom, me mostrou que dedo no pé é muito mainstream.

² As flores-de-maio daqui de casa abriram em Junho, esse ano, mas já teve vez de abrir em Agosto. Ou seja.

 

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